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5 possíveis causas do sangue nas fezes

2 de dezembro de 2019

Quando percebemos a presença de sangue nas fezes, o susto é normal. Isso pode indicar problemas simples e de fácil tratamento, como hemorroidas ou fissura anal, mas, caso o problema persista, é necessário averiguar.

Para que essa questão seja resolvida, é importante consultar um proctologista ou gastroenterologista para identificar de onde vem o sangramento e, assim, resolver o problema.
Em casos como fissuras anais e hemorroidas, os tratamentos consistem em banhos de assento, pomadas e, em alguns casos específicos, cirurgias. Mas e quando esses problemas estão fora de questão?
Conheça cinco possíveis causas que podem provocar sangramento nas fezes.

Câncer no cólon/intestino grosso

Trata-se de um câncer em que os tumores atacam o intestino grosso, sendo considerado um dos tipos mais frequentes de câncer do mundo. Na maioria dos casos, se diagnosticado precocemente, é tratável e curável.
São tumores que se iniciam através de lesões benignas que crescem na parte interna do intestino grosso, chamadas de pólipos. Mas é importante ressaltar que nem todos os tipos de pólipos irão se desenvolver a um câncer. Além disso, os pólipos de intestino grosso são diferentes de pólipos em outros órgão como estômago ou vesícula biliar por exemplo. Uma forma de evitar o surgimento destes tumores, é a detecção e remoção dos pólipos por meio de colonoscopia por exemplo.
Esse câncer é resultado de alteração de fatores ambientais, dietéticos e, até mesmo, genéticos. Alguns fatores de risco são diabetes, obesidade, tabagismo, alcoolismo, história de câncer de cólon na família e idade.

Câncer do reto

Câncer do reto é diferente do câncer do canal anal ou de ânus apesar de serem regiões próximas e contínuas uma à outra. Ele atinge a parte final do intestino que denominamos de reto, que tem um comprimento aproximado de 15cm, antes de chegar ao ânus propriamente dito. Os sintomas costumam ser de sangramento e dor anal, que podem se intensificar durante a evacuação, alterações no trânsito/hábito intestinal (frequência com que se vai ao banheiro) ou, até mesmo, incontinência fecal (perda involuntária de fezes e/ou gases).
Caso essa suspeita permaneça, é importante consultar um médico proctologista para que seja feito o diagnóstico e iniciar o tratamento.
O tratamento geralmente consiste em uma combinação de quimioterapia e radioterapia por até seis semanas habitualmente, sem necessidade de internação. Em alguns casos esse tratamento pode ser definitivo! No entanto, na maioria das vezes o paciente ainda irá precisar de intervenção cirúrgica para remover o tumor. Em casos mais iniciais, pode ser utilizado inclusive uma técnica de cirurgia que operamos por dentro do reto sem precisar remover um pedaço do intestino e apenas a doença em si.

Doença diverticular / Diverticulose

Divertículos são pequenas bolsas que aparecem na parede do intestino grosso, mas frequentes no intestino grosso à esquerda mas podendo atingir o intestino todo.
Elas são formadas por uma fraqueza natural na parede muscular do intestino, que se trona mais frágil com o passar dos anos e com o esforço que o intestino faz para empurrar as fezes à diante, sendo portanto mais frequentes em pacientes mais velhos. Não existe relação entre doença diverticular e câncer no intestino, assemelhando-se somente em alguns sintomas. Mas é importante ressaltar então de doença diverticular ou diverticulose não vira câncer. É chamada “diverticulite” apenas se houver a obstrução e inflamação de um desses divertículos e essa complicação ocorre apenas em cerca de 25% dos pacientes com doença diverticular.
Seu tratamento, em sua maioria, é clínico e baseado na mudança e revisão de hábitos alimentares e no maior consumo de fibras. Em alguns casos no entanto pode ser necessário cirurgia.

Doença inflamatória intestinal – Crohn e Retocolite Ulcerativa

São doenças crônicas que causam intensa inflamação no intestino por desregular o sistema imune. Pode passar anos sem provocar nenhum tipo de sintoma, como diarreia constante, cólicas abdominais fortes, falta de apetite, perda de peso e sangue nas fezes. Porém, quando ela aparece, é comum que aconteçam várias crises durante a vida.
Para realizar o tratamento, é de suma importância consultar um médico gastroenterologista para que seja identificada a gravidade da doença para, então, começar o tratamento específico, uma vez que essas doenças ainda não têm cura conhecida mas há controle com medicamentos. Nos casos de complicações associadas à progressão destas doenças, cirurgias podem ser necessárias.

Endometriose intestinal

Endometriose é uma doença em que o endométrio cresce em outros locais, fora do útero. Quando isso acontece, um dos locais mais afetados é o intestino. Em casos assim, pode ocorrer a presença de sangue nas fezes.
Neste caso, o sangue pode aparecer devido bloqueio da passagem das fezes no intestino, causado pelo tecido endometrial, provocando sangramento quando as fezes passam por essa região mais estreita. Outros sintomas além do sangue nas fezes são prisão de ventre com cólicas, dores no reto e sangramento mais intenso durante a menstruação.
Seu tratamento varia conforme os lugares afetados, começando, normalmente, pelo uso de hormônios, como anticoncepcionais, para que seja controlado o crescimento do tecido endometrial. Novamente, a cirurgia pode ser necessária para o tratamento definitivo dos sintomas.

É muito importante cuidarmos da saúde e ficarmos sempre atentos aos sinais do nosso corpo. Independentemente da causa, a consulta se torna obrigatória caso o sangramento dure mais de uma semana, se o sangramento aumentar com tempo e surgindo outros sintomas, como dores na barriga, cansaço excessivo, perda de apetite ou febre.

A prevenção é sempre a melhor escolha. Manter em dia exames como a colonoscopia é muito importante, principalmente após os 50 anos ou antes em casos de histórico familiar.

Gostou do artigo? Gostaria de saber mais sobre o assunto? Deixe suas sugestões nos comentários e, em caso de dúvidas, entre em contato comigo ou procure ajuda com o seu médico.

Dr. Alexandre Bertoncini

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