A gastrite atrófica é uma condição crônica caracterizada pela inflamação e degeneração das células do revestimento do estômago. Esta condição pode levar a uma série de complicações sérias, incluindo a deficiência de vitamina B12 e o aumento do risco de câncer gástrico. Compreender os tratamentos atualizados e as estratégias de manejo é crucial para a prevenção de complicações graves.
A gastrite atrófica ocorre quando a inflamação crônica do estômago leva à destruição das células que produzem ácido gástrico e enzimas digestivas. Existem dois tipos principais: a gastrite atrófica autoimune e a gastrite atrófica causada por infecção crônica por Helicobacter pylori.
Os sintomas podem ser vagos e incluem desconforto abdominal, náusea, vômito, perda de apetite e perda de peso. Existem ainda sintomas semelhantes aos de uma gastrite convencional, o que pode, em muitos casos, dificultar e mascarar o diagnóstico preciso. Em casos de deficiência de vitamina B12, podem surgir fadiga, fraqueza e sintomas neurológicos como formigamento nas extremidades.
A erradicação da infecção por Helicobacter pylori é fundamental para prevenir a progressão da gastrite atrófica para câncer gástrico. O tratamento geralmente envolve uma combinação de antibióticos e inibidores da bomba de prótons (IBPs) por um período que deve ser idealmente de 14 dias, associados atualmente a tratamento com alguns probióticos específicos. (MSD Manuals) (Endoscopia Terapeutica).
Pacientes com gastrite atrófica autoimune frequentemente necessitam de suplementação de vitamina B12, administrada por via intramuscular ou oral, para prevenir anemia perniciosa e complicações neurológicas. (MSD Manuals).
IBPs e antagonistas dos receptores H2 são utilizados para reduzir a produção de ácido gástrico, aliviando os sintomas e permitindo a cicatrização do revestimento do estômago. (Dicas de Saúde) (Exenin).
Pacientes com gastrite atrófica, especialmente aqueles com metaplasia intestinal, têm um risco significativamente aumentado de desenvolver câncer gástrico. Estudos demonstram que o risco de adenocarcinoma gástrico é quatro a cinco vezes maior em pacientes com atrofia grave no corpo gástrico. (SciELO Brazil) (MSD Manuals).
Os sistemas de classificação OLGA (Operative Link on Gastritis Assessment) e OLGIM (Operative Link on Gastric Intestinal Metaplasia Assessment) são ferramentas importantes para estratificar o risco de câncer gástrico. Pacientes com escores elevados (III/IV) nesses sistemas têm um risco maior e requerem acompanhamento mais rigoroso. (Endoscopia Terapeutica) (Endoscopia Terapeutica).
Adotar uma dieta rica em frutas e vegetais e evitar alimentos conservados em sal e nitrosaminas (como embutidos) pode reduzir o risco de progressão da gastrite atrófica para câncer. (SciELO Brazil).
O acompanhamento regular com endoscopias é crucial para pacientes com gastrite atrófica, especialmente aqueles com escores elevados de OLGA e OLGIM. As diretrizes recomendam intervalos de 3 anos para pacientes com gastrite atrófica avançada e monitoramento anual para aqueles com gastrite autoimune. (MSD Manuals) (Endoscopia Terapeutica).
Pesquisas emergentes estão explorando o uso de terapias biológicas e imunomoduladoras para tratar a gastrite atrófica autoimune, visando reduzir a resposta imunológica que causa a destruição das células do estômago.
Em casos avançados, onde há risco significativo de câncer, tratamentos endoscópicos como a ressecção endoscópica da mucosa (EMR) e a dissecção endoscópica da submucosa (ESD) podem ser indicados. Em casos extremos, pode ser necessária a gastrectomia que é a cirurgia de remoção de parte ou da totalidade do estômago. (Endoscopia Terapeutica).
Como a gastrite atrófica é diagnosticada? O diagnóstico é feito principalmente através de biópsias endoscópicas, acompanhadas de exames de sangue para medir níveis de vitamina B12 e gastrina.
Qual é o principal fator de risco para a gastrite atrófica? A infecção crônica por Helicobacter pylori é o principal fator de risco, seguido de causas autoimunes.
A gastrite atrófica pode levar ao câncer? Sim, especialmente em casos de metaplasia intestinal, onde o risco de adenocarcinoma gástrico é significativamente aumentado.
Quais são os sintomas comuns da gastrite atrófica? Sintomas incluem dor abdominal, náusea, perda de apetite e perda de peso. Deficiências de vitamina B12 podem causar fadiga e sintomas neurológicos.
Como é tratada a deficiência de vitamina B12 em gastrite atrófica? A suplementação de vitamina B12 é administrada por via intramuscular ou oral para prevenir anemia perniciosa.
Qual é a importância das classificações OLGA e OLGIM? Essas classificações ajudam a estratificar o risco de câncer gástrico em pacientes com gastrite atrófica, orientando o acompanhamento e tratamento apropriado.
A gastrite atrófica é uma condição complexa que requer um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz para prevenir complicações graves, incluindo o câncer gástrico. Seguir as diretrizes de tratamento e monitoramento das sociedades médicas é crucial para manejar adequadamente esta condição e reduzir os riscos associados.
Se você precisar de uma consulta, o Dr. Alexandre Bertoncini é coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo com toda sua formação e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e filiado à Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
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