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Tire suas dúvidas sobre a endometriose intestinal
2 de dezembro de 2019
Endometriose é uma palavra comum para mulheres que sofrem com alguns tipos de dores no período menstrual, mas poucas pessoas sabem que existe outro tipo de endometriose: a endometriose intestinal.
Isso ocorre quando o endométrio se desenvolve ao redor das paredes do intestino, prejudicando seus hábitos intestinais e podendo causar muito desconforto na hora de ir ao banheiro. Além disso, pode ocorrer intensa dor abdominal, principalmente no período menstrual.
Separamos algumas perguntas comuns sobre o assunto, para que você possa esclarecer suas dúvidas e saber um pouco mais sobre essa doença.
Quais são seus sintomas?
Os sintomas são dores abdominais como em cólica antes de evacuar, dor no reto, entre a vagina e o ânus. Pode ocorrer ainda dor no final da coluna ou na região lombar baixa. Algumas mulheres descrevem as dores como se existisse uma faca rasgando o ventre. Mesmo sendo menos comum, podem surgir sangramentos durante a evacuação mas geralmente esses são causados por problemas no ânus como fissuras ou hemorroidas e não pela endometriose intestinal em si. As dores podem ser tão severas que não é possível manter suas atividades, como trabalhar ou fazer coisas normais do dia a dia.
Como é feito seu diagnóstico?
O médico fará perguntas sobre seus sintomas e irá pedir exames como ultrassom e/ou ressonância magnética. O ultrassom pode tanto ser feito através da pelve quanto via transvaginal com preparo intestinal para aumentar as chances de se identificar as lesões do intestino, sendo uma das primeiras formas de investigar a doença. A videolaparoscopia consiste em um procedimento em que a cavidade abdominal é vista através de uma câmera mas o seu uso para fazer ou confirmar o diagnóstico da endometriose caiu hoje em desuso e raramente é utilizada com esse fim, sendo o método de escolha para as pacientes que precisarão de cirurgia.
Quais são as opções de tratamento?
Os tratamentos oferecidos variam conforme os casos, incluindo analgésicos e anti-inflamatórios, porém o principal tratamento é a cirurgia para os casos de dor que não responde adequadamente ao tratamento ou casos de infertilidade sem sucesso com outras terapias para engravidar. Nesses casos, esse tecido é retirado em sua totalidade sempre que possível, para que a paciente sinta um alívio completo dos sintomas. Geralmente, a cirurgia é feita por laparoscopia, de forma pouco invasiva e muito segura.
Em casos não cirúrgicos, o tratamento central é feito através de pílulas anticoncepcionais, que servem para evitar o crescimento do tecido no intestino.
Caso seja necessário a cirurgia, o que eu posso esperar após a operação?
Existem hoje diversas medidas que se iniciam antes mesmo da cirurgia e visam uma melhor e mais rápida recuperação. Apesar de cirurgias geralmente bastante longas, a paciente percebe já no primeiro dia que o impacto da cirurgia é muito pequeno e geralmente recebem alta hospitalar ao redor do 3º dia após a cirurgia, praticamente sem limitações de dor ou para suas atividades diárias.
Qual é o tempo de recuperação?
O tempo de recuperação pode variar muito de pessoa para pessoa, mas, em média, após a cirurgia de laparoscopia, a paciente vai para casa após entre dois e quatro dias. Na imensa maioria das vezes já é possível inclusive voltar a trabalhar logo após a alta hospitalar mas em geral as pacientes preferem esperar cerca de 1 semana a partir da cirurgia para sentirem-se mais confiantes. Medicamentos para dor e outros sintomas não costumam ser necessários além desses primeiros dias.
Não costuma haver restrição para atividades físicas leves ou moderadas e a academia apenas costuma ser liberada após 2 semanas.
O intestino pode ficar um pouco alterado para mais ou para menos nas primeiras semanas e isso é passageiro! Não costuma persistir mais que 3 a 4 semanas essas alterações.
Após a cirurgia de endometriose profunda, a paciente deverá permanecer em acompanhamento com seu ginecologista e seu coloproctologista
a fim de otimizar os resultados a curto, médio e longo prazo.
Espero que este artigo tenha esclarecido suas dúvidas, mas, caso precise de mais esclarecimentos, escreva nos comentários.
Dr. Alexandre Bertoncini
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